Artigo: Capitão Fernando Barbosa, um ás da aviação

Por: Jorge Zaidam Viana de Oliveira (De Formiga/MG)

Artigo: Capitão Fernando Barbosa, um ás da aviação
Jorge Zaidam é Professor veterano de história

O formiguense Fernando Barbosa, filho caçula de José Barbosa Júnior e de Maria Nogueira Barbosa, nasceu em 31 de maio de 1947, casou-se com Elizabeth Vaz Barbosa, com quem teve uma filha, Marina Vaz Barbosa. Foi o segundo dos “Barbosas” a envergar um uniforme das Forças Armadas brasileiras, seu tio Paulo Barbosa o antecedeu, tendo sido Sargento da Força Expedicionária Brasileira durante a 2ª Guerra Mundial.

O Capitão Aviador Fernando Barbosa a bordo da aeronave North American T-6


Fernando cursou o antigo ginasial na Escola Normal, hoje Escola Jalcira Santos Valadão. Ingressou na Força Aérea Brasileira – FAB através da Escola Preparatória de Cadetes do Ar, em Barbacena-MG. De lá seguiu para a Academia da Força Aérea, em Pirassununga-SP, tendo passado pela Escola de Aeronáutica, no Campo dos Afonsos, Rio de Janeiro, formando-se piloto militar em 1970, tornando-se Aspirante a Oficial Aviador. No ano seguinte foi promovido a 2º Tenente e depois, em 1973, a 1º Tenente.
Aviador de escol, pilotou as aeronaves T-21, T-6, T-25, L-42, o jato T-37 e os helicópteros H-13-H, AH-1D e UH-1D. Em sua curta carreira de 5 anos, o Tenente Fernando Barbosa cumpriu incontáveis missões de voo. Serviu nas Bases Aéreas de Cumbica, em São Paulo e de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.  Foi selecionado para integrar, na Base Aérea de Santos, a segunda turma de pilotos do icônico helicóptero UH-1D, o mesmo que foi operado na Guerra do Vietnã pelos Marines e pela Força Aérea dos Estados Unidos. Na época uma das mais avançadas aeronaves de asas rotativas do mundo. Em maio de 1975, Barbosa foi agraciado com um troféu por ter completado 1.000 horas de voo neste helicóptero.
O piloto formiguense participou de missões na Amazônia como as ACISO – Ações Cívicos Sociais, apoiou a engenharia do Exército Brasileiro no desbravamento da selva através da construção das rodovias Transamazônica e Perimetral Norte. Sua última missão foi na implantação do Projeto RADAM – Radares para a Amazônia, quando, por ironia do destino, ele, um homem dos ares, veio a falecer em terra aos 28 anos, juntamente com um colega de farda, em um acidente automobilístico provocado por um motorista bêbado, em Porto Velho, capital do então Território Federal de Rondônia, no dia 20 de setembro de 1975. O corpo do jovem oficial foi trasladado para Formiga em um avião Hércules – C-130, da FAB. A cidade parou. Foi uma grande comoção. Sua filhinha Marina estava com apenas um ano e meio de idade. O cenário era de dor e consternação. O sepultamento do militar formiguense se deu no Cemitério do Santíssimo. 
O 1º Tenente Barbosa foi promovido post-mortem, em ato do Presidente da República, à patente de Capitão, por ter falecido em serviço.
Uma das estrofes do Hino dos Aviadores Brasileiros presta um tributo ao Capitão: “Não importa a tocaia da morte – Pois que a Pátria, dos céus no altar – Sempre erguemos de ânimo forte – O holocausto da vida a voar.” O ás da aviação formiguense voou precocemente desta vida para os braços do Senhor.
Os Atiradores da Turma do ano 2000 do Tiro de Guerra de Formiga, prestaram uma homenagem ao Capitão Aviador Fernando Barbosa, dando o seu nome à turma.
Por iniciativa do Vereador José da Silva – Jucão, a Câmara Municipal de Formiga, pela Lei 1292, de 29 de fevereiro de 1980, denominou o campo de pouso da cidade com o nome de “Aeroporto Capitão Fernando Barbosa”. Um justo reconhecimento para que as novas gerações tomem consciência de mais um conterrâneo que se destacou a serviço da Nação Brasileira.