Dicionarista que tem trabalho reconhecido nacionalmente é arcoense
Francisco Fernandes é considerado pioneiro no jornalismo local
Ele nasceu em Arcos - então distrito de Formiga/MG - no dia 7 de agosto de 1900, e faleceu em Porto Alegre, em 25 de agosto de 1965. Francisco Fernandes foi autor de seis dicionários publicados pela editora Globo - ‘Dicionário de Sinônimos e Antônimos da Língua Portuguesa’, Dicionário Brasileiro Contemporâneo, ‘Dicionário de Verbos e Regimes’, ‘Dicionário de regimes de substantivos e adjetivos’, Dicionário Gramatical da língua portuguesa e ‘Dicionário da língua portuguesa’. Oficialmente, Francisco Fernandes iniciou a carreira literária em 1940, com a publicação de sua primeira obra.
O dicionarista e professor pôde frequentar apenas o curso primário, porém, segundo sua biografia - descrita na primeira página do ‘Dicionário da língua portuguesa’ - desde cedo mostrou gosto pelas atividades literárias.
De acordo com o Jornal ‘O Arcos’, de julho de 1978, Francisco Fernandes foi pioneiro no jornalismo arcoense. Aos 15 anos de idade começou a publicar um jornalzinho manuscrito intitulado ‘O Implicante’. Depois deste veio o jornal ‘Imparcial’, impresso em tipos de borracha. Em 1916 fundou o jornal ‘O Eco’ (O ECHO), de cunho recreativo e informativo. Era impresso em uma prensa manual.
Francisco Fernandes também atuou como redator-chefe e cronista do Jornal ‘Gazeta de Formiga’, até 1930, quando o jornal parou de circular. Passou a colaborar, também na cidade de Formiga, com o jornal ‘O Estado Novo’, como revisor e cronista.
Em 10 de fevereiro de 1923, casou com Alice Andrade, com quem teve três filhos. Em 1927 ingressou no Banco Hipotecário e Agrícola do Estado de Minas Gerais e ali, solicitado a lecionar português aos colegas recém admitidos, teve oportunidade de reunir dados para sua primeira e mais importante obra, o ‘Dicionário de Verbos e Regimes’, que foi publicado em 1940, com o apoio e ajuda de amigos de seu círculo literário, pela gráfica da Editora Civilização Brasileira. Este livro atraiu a atenção da Editora Globo de Porto Alegre, que o convidou para mudar-se para Porto Alegre a fim de trabalhar em sua Seção de Dicionários e Enciclopédias.
Francisco Fernandes abandonou o cargo na agência do Banco Hipotecário de Ponte Nova e chegou a Porto Alegre em 1941. No ano seguinte, seu dicionário recebeu o 1° Prêmio “Francisco Alves”, da Academia Brasileira de Letras.
Em Porto Alegre, desenvolveu a atividade de dicionarista, ausentando-se em 1944, quando voltou a Belo Horizonte para elaborar o ‘Dicionário da língua portuguesa’ encomendado pela editora Globo.
Em 1946 retornou a Porto Alegre, onde morou até seu falecimento.
Curiosidade
De acordo com o jornal ‘O Arcos’, Francisco Fernandes foi o primeiro professor universitário originário da cidade. Em 1946 foi nomeado professor de língua portuguesa do curso de Letras Anglo Germânicas da Faculdade de Filosofia de Porto Alegre (exame de português de candidatos estrangeiros).
(do jornal Correio Centro-Oeste)