Formiga: Terra e celeiro de poetas
Falar em versos, falar sem palavras, falar por olhares. Ser poeta é amar, reclamar, apontar e suspirar… é, por meio de metáforas, de suspiros e cadências, escancarar os sentimentos mais profundos. É musicar a alma.
Para o “UOL”, a “poesia está associada a um conteúdo conotativo que pode gerar estranheza. Já o poema se configura em uma estrutura textual que apresenta versos, estrofes e rimas”. Deu pra entender? Não?
O portal “Figura de Linguagem” ensina que entender qual a diferença entre poema e poesia é algo essencial para os amantes da literatura e até mesmo para quem adora colocar alguns pensamentos no papel de maneira poética.
“A diferença entre poema e poesia é que o poema consiste em um tipo de texto literário, sendo ele estruturado em versos e estrofes. Esse tipo de escrita revela os sentimentos, pensamentos e opiniões do escritor, podendo (ou não) ter alto conteúdo emotivo. Um poema pode conter rimas, métricas, símbolos, metáforas, aliterações e demais recursos da língua portuguesa.”
“Também classificada como texto lírico, a poesia é uma forma literária de arte. No sentido figurado, podemos entender a poesia como uma manifestação da própria arte, valorizando a beleza, a estética e o despertar dos sentimentos. Entre os tipos de poesia, estão a lírica, épica e dramática.”
Afinal, qual a diferença entre poema e poesia?
“A poesia refere-se à essência. O poema refere-se à forma. A poesia é algo imaterial, transcendente e abstrato, sendo possível enxergar poesia além da escrita, como por exemplo, em pinturas, fotografias, paisagens etc. Já o poema é algo concreto, a forma escrita que poderá conter ou não poesia (a beleza e transcendência dos sentimentos).” Seja no poema ou poesia, seja em qualquer questão poética, Formiga está fazendo e promovendo o espetáculo.
Independente de qualquer conceito, o importante é saber e reconhecer que é o poeta quem empunha heroicamente raios de sol, que se colore como amarelo da aurora do verão e com o vermelho dos fim de tarde no inverno. É o poeta quem torna a vida maior e mostra aos homens que a brisa nunca sobra impunemente.
Cidade de boemia histórica, de madrugadas embalas por serestas apaixonadas e de saraus de ver a manhã nascer, Formiga não é apenas a cidade dos músicos, dos escultores, dos cronistas, dos atores e dos pintores, ela é hoje o grande coreto dos poetas.
Dos anos 1950 aos 1990, nomes como Dalmi Cecílio da Silva, Daisy Santos, Petrônio de Carvalho, Coronel Balbino e muitos outros apaixonados mantiveram os versos a postos.
Em 2024, a nova safra apareceu no dia 23 de julho no auditório do Cemap, onde aconteceu a final do concurso de poesias “Cultura Negra de de Formiga” promovido pela Secretaria Municipal de Cultura. Com uma grande plateia prestigiando, 18 trabalhos de 18 poetas foram declamados e aplaudidos.
O evento fez parte do Circuito dos Escritores Formiguenses. A poesia “Morro das balas” de Alex Arouca foi a grande vencedora merecendo um prêmio de R$900. O segundo lugar foi para “A igreja dos pretos” de José Carlos de Farias (R$ 800); o terceiro lugar quem levou foi “Ambrósio de Cá”, de Paulo José de Oliveira (R$700). Em quarto, “O homem dos três continentes’, de Victor Marques Paiva Alves (R$600), e em quinto, “Apagamento da Cultura Negra Formiguense”, de Fabrícia Ribeiro Gontijo (R$500).
O Circuito dos Escritores Formiguenses, que foi do dia 22 ao dia 26, chegou à sua quarta edição com uma vasta programação com oficinas, shows, contação de histórias e lançamento de livros.
O público lotou o auditório do Cemap para o concurso de poesias
Entidades
Há em Formiga duas importantes entidades representativa dos escritores: o Clube Literário Marconi Montoli e a Academia Formiguense de Letras
O Clube Literário: Criado oficialmente em 22 de junho de 1988 por um grupo de escritores, reunidos sob a liderança do então Secretário Municipal de Cultura Professor Marconi Lúcio Montoli, estando na condução do trabalhos iniciais os escritores: Marconi Lúcio Montoli, Paulo José de Oliveira, Alice Maria Damasceno, Malvina Gomes Santos, Cláudia Luiza Marques (primeira Presidente), Sirlene Aparecida de Sousa e Marcelo de Oliveira Paulo. Em 23/09/1989 foi lançada “Marcas”, a 1ª antologia. Em 35 anos, já foram promovidos 27 concursos literários.
A Academia de Letras: Tendo à frente 10 escritores, a AFL foi criada em janeiro de 1.984. Em 1986 foi eleita a primeira diretoria que teve à frente José Adolfo Pereira. Ocorre que após esta sua oficialização, aconteceram as mortes do presidente e posteriormente daqueles que o sucederiam, o que desestimulou a continuidade do trabalho. Em 2009, Manoel Gandra, Paulo José, Gilberto Basílio, Cidinha Segundo e Maria Goretti Costa Alvarenga deram início aos preparativos para a sua refundação. Em 4 de maio de 2009, realizou-se a Assembleia Geral Extraordinária de refundação da AFL. A solenidade de posse foi no dia 8 de setembro do mesmo ano. A Academia já lançou 14 antologias com seus membros.