François Khouri: 50 anos não deixando passar nada

O mais brilhante, o mais inteligente, o mais influente, o mais perspicaz e o mais longevo colunista social de Minas Gerais é formiguense e está em total atividade para encher as mentes de curiosidade com o que sai na próxima edição.
François Khouri Affonso acorda cedo todos os dias, sobe a Rua João Vespúcio e vai alimentar os pássaros que acordam as manhãs na Praça São Vicente Férrer, sobe mais um pouco e chega ao átrio da Matriz onde vai expressar sua inabalável fé ao Divino.
Depois de suas orações e agradecimentos, olhos e ouvidos atentos a tudo que se passa, a cada detalhe a cada momento. Assim, uma parte importante e fundamental da história de Formiga vai sendo registrada há exatos 50 anos.
Foi no ano de 1973, mais precisamente no dia 25 de dezembro, que o filho do empresário Norton Tomaz Affonso e da professora de inglês e religião Lisle Khouri, então com 18 anos, deu seus primeiros passos para marcar seu nome na imprensa interiorana das Alterosas.
Cidadão apaixonado por sua terra e seus habitantes, François conheceu o mundo mas nunca rompeu suas raízes que o fizeram um dos filhos mais ilustres das Areias Brancas. Ex-aluno do Instituto Seis de Junho, a Escolinha da Dona Jalcira, da Escola Normal e do Colégio de Aplicação, ele estudou Letras na Fafi/Fuom e Direito na Fadom, mas sua vocação para a comunicação e para a promoção de eventos sociais o fez mudar a trajetória.
Com uma pena certeira e clássica e um vocabulário vasto e objetivo, ele sempre conseguiu unir a sagacidade dos escritores geniais à astúcia dos jornalistas mais atentos. Daí, o sucesso inevitável.
François Khouri é, sem dúvidas, o jornalista mais comemorado, ovacionado e “arquivado” de Formiga. Não são poucas as famílias que guardam recortes de notas sobre casamentos, nascimentos e aniversários de seus filhos mais queridos.  Quantos não são os formiguenses hoje famosos que viram seus nomes em páginas de jornal pela primeira vez com o registro visionário do filho da Dona Lisle.
Em programas de rádios, é audiência incontestável; em programas de televisão, é motivo de atenção especial; em periódicos impressos (agora também em redes sociais), desculpa para ficar na janela esperando o mensageiro.
François já emprestou seu prestígio para incontáveis redações. Escreveu para vários jornais de Formiga e de toda a região, com destaque para o “Centro-Oeste Jornal” de Júnior Rios e Cia., para o “Formiga Notícias” de Toninho Costa, para o “Jornal Agora” do Coronel Faria de Divinópolis, para o “Tribuna Formiguense” de Jésus Silva,  para o “Estado de Minas”, para a revista “a par”, da qual foi um dos fundadores”, e para o diário “O Pergaminho”, onde colabora até hoje.
Seu currículo de eventos sociais é vasto e nobre. Foi o responsável pelas mais belas e bem organizadas festas de formatura de diversos terceiros anos científicos e criador e promotor da “Lista dos 10 mais”, que acabou se transformando em concorrido jantar para a entrega de diplomas. Daí, o embrião para o sucesso dos 43 anos da Festa dos Destaques, o evento mais esperado de cada ano.
Os palcos não foram poucos. A cada festa, mais prestígio e mais profissionalismo. Sede do Lions, salão nobre do Clube Centenário, Salão de bailes do Country Clube, Space e Amarillis, só para citar alguns.
Os políticos que vieram a Formiga participar dos eventos de François foram dos mais diversos segmentos ideológicos. Deputados federais, deputados estaduais, senadores, secretários de estado faziam fila para ovaciona-lo. Nomes como o do ex-governador de Minas Francino Pereira, do ex-presidente da República Aureliano Chaves, da ex-deputada e ex-senadora Júnia Marise, do ex-prefeito de Belo Horizonte Sérgio Ferrara e do atual líder do governo Lula na Câmara Federal, Reginaldo Lopes, vieram para Formiga.
Artistas de renome nacional são até difíceis de enumerar. Vieram Elke Maravilha, Angélica, Tiago Lacerda, Hans Donner, Isadora Ribeiro, Luma de Oliveira, Bruna Lombardi, Camila Pitanga, Rodrigo Hilbert, Shelton Melo, Bruno Gagliasso, Fernanda Paes Leme, Cláudia Ohana, Carlos Casagrande, Carlo Porto, Sidney Sampaio, Dado Dolabela, Henri Castelli, Luid Barracheli, Juliana Paes, Luciano Zafir, Cristiana de Oliveira, Cláudio Heining, Murilo Rosa, Padre Fábio de Melo e mais um monte de globais.
François também foi apresentador de programa de televisão. Foi pela tela da “TV Oeste” que, durante três anos, suas entrevistas chegaram a todos os lares de Formiga e região. 
No Poder Executivo deixou sua marca. Foi assessor do ex-prefeito Lufrido Nascimento, secretário de Turismo de Ninico Resende e secretário adjunto do governo Eduardo Brás. 
Os trabalhos filantrópicos, campanhas e ações junto a entidades como asilo e Apae foram inúmeros. No comércio também foi vencedor. Foram 40 anos da Sorveteria Skimó, que, além de ser ponto de encontros e confraternizações, foi a responsável por proporcionar o primeiro emprego a um sem número de jovens. “Só na sorveteria, eu teria histórias para uns três livros de memórias”. Quando François resolveu parar com as atividades da sorveteria, um momento épico: “Doei de um a tudo, na porta, para quem quisesse ou perguntasse se era para vender”, comentou.
Para registrar o nome e a personalidade do maior e mais importante colunista social de Minas Gerais, a revista “a par” pediu que ele fizesse comentários sobre alguns temas apontados por alguns leitores. A sua visão das coisas muito interessa a quem foi destaque em suas colunas.

Homenagens:
“Recebi muitas. Foram tantas durante toda a minha vida que tenho dificuldades de guardar troféus, medalhas, diplomas e comendas. Para registrar uma que considero de extrema importância: recebi o título de cidadão honorário da cidade de Porto Seguro, na Bahia. Sou um filho de Formiga e do Brasil.”

Deus:
“Deus para mim é tudo.” 

Amor e família:
“Amor e família não se separam nunca.”

Amizades:  
“Amizades, colecionei muitas e faço questão de manter até hoje as mais nobres.”

Caridade: 
“Caridade é o enfeite do céu.”

Saudade: 
“Como já disseram, saudade é o que quer sair da memória para acontecer de novo e não consegue. Quantas saudades de meus antepassados, principalmente de minha mãe Lisle Khouri e de minha avó Geni, Eugenie Abella Khouri.”

Tristeza:
“Ver um mundo cada vez mais perverso.’

Alegria:
“Poder me dividir para ajudar e trabalhar para o próximo.”

Perdão:
“É essencial para quem ama Deus.”

Música:
“Embala a vida. É como ‘Um dia de domingo’ com Gal Costa e Tim Maia.”

Drogas:
“Nunca usei as ilícitas, só cigarro e bebidas, mas são caminhos encerrados há 39 anos. Diariamente rogo a Deus pelos viciados, principalmente, pelos moradores de rua.”

Jornalismo:
Há cinco décadas estou no jornalismo, tendo optado pelo colunismo. Tudo mudou e tivemos de acompanhar devido ao advento da internet e das redes sociais. O que ficou diferente é que antes todas as notícias eram sérias, hoje, com os inúmeros interesses privados e fake news, a gente, se deixar, desilude. Há sempre o dinheiro falando mais alto deixando a ética de lado. Mas o que ainda me motiva é o interesse que continuam tendo pelos meus escritos, além disso, por jamais ter me entregue ou cedido a qualquer tipo de censura.”

Justiça: 
“É preciso ser alimentada todos os dias.”

Formiga:
“Um ótimo lugar para se viver em paz”.

Festa dos destaques:
“Um passado que nunca desbota, que colore a memória e do qual muito me orgulho. Mas é um passado que faz parte do passado.”

Foto histórica da década de 1980: a ex-diretora Sônia de Fretias e o ex-prefeito Ninico Resende em abraço fraterno e carinhoso em François Khouri