Jaime Viana de Oliveira: De Formiga para os céus do Brasil

Ago 30, 2023 - 18:05

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Jaime Viana de Oliveira

Quem já viu as maravilhosas acrobacias da Esquadrilha da Fumaça pelo céus do Brasil nem imagina que do Bairro do Rosário, da Rua Nova, surgiu um dos mais competentes mecânicos da Força Aérea Brasileira: o então Terceiro Sargento Jaime Viana de Oliveira, filho do Maestro Zezinho e Dona Alvarina Viana de Oliveira, irmão do Capitão do Exército Jorge Zaidam, da Janice, da Vânia, da Deise, da Silvana, da Zilmara e da Daniela.
Nascido em 4 de janeiro de 1959, sempre foi muito atencioso, centrado e eficiente em tudo o que fez e faz. Começou seus estudos na Escola Professor Joaquim Rodarte, indo na sequência para a Escola Normal, hoje Jalcira Santos Valadão e por último na Escola Abílio Machado, o “Polivalente”. A importância dos centros educacionais é tão grande em sua vida que visita cada um deles toda vez que vem a Formiga.
Por anos, jogou bola no Campo do Guarani e foi frequentador assíduo da Cantina Padre Remaclo Foxius, para ele, um santo local.
Começou cedo sua vida de trabalho, foi na Cinderela Calçados, a maior e mais conceituada sapataria que existia na idade. Chegando aos 18 anos, partiu para Brasília, onde prestou o Serviço Militar pelo período de um ano na Base Aérea da Capital Federal.
De volta à sua terra natal, continuou a se preparar com muito afinco nos estudos e, em julho de 1979, após concurso nacional, ingressou na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá-SP, onde ficou por dois anos, se formando como terceiro sargento na especialidade de Mecânico de Aeronaves.
Com importante destaque, foi transferido para a Academia de Força Aérea, em Pirassununga-SP, iniciando a sua almejada carreira, começou a trabalhar no 1º Esquadrão de Instrução Aérea, com um pequeno avião chamado T-25. Por alguns anos, ali permaneceu até a chegada da aeronave Tucano, o T-27. Seus profundos conhecimentos sobre aviões subiram de patamar, o que o habilitou a ingressar na Esquadrilha da Fumaça em 1988, a convite, tornando-se um “Fumaceiro”, como são conhecidos os integrantes daquela esquadrilha, tendo permanecido por seis anos.
Na “Fumaça”, conheceu todo o imenso Brasil, voando como tripulante. Também conheceu por cima a gigante Amazônia, em seus quatro pontos cardeais. Voou dentro do Cânion de Itaimbezinho, no Rio Grande do Sul. Participou em todos os tipos de acrobacias. Chegou a fazer o improvável em Natal, um looping com oito aeronaves, à noite, poucos sabem desse evento. Um feito de reconhecimento internacional.
Voou por centenas de horas, viajou por todos os países da América do Sul, América Central, Estados Unidos e Canadá. Participou de todas as configurações de acrobacias, oportunidades nunca perdidas por ele. Em demonstrações da “Fumaça”, esteve em Formiga por duas vezes enchendo de orgulho a sua terra natal.
Missão cumprida na Esquadrilha da Fumaça, mudança de ares, foi transferido para Natal-RN, onde serviu por mais quatro anos, com a mesma aeronave T-27, na configuração de Caça, experiência ímpar por se tratar de um esquadrão ícone na FAB, o Esquadrão Rumba.
Mais uma vez, também a convite, foi transferido para Anápolis, em Goiás, para iniciar a formação de um novo esquadrão. O 2GAV6 Esquadrão de Alerta Aéreo Avançado, dotado de aviões fabricados pela Embraer, em duas versões onde um possui um radar em seu dorso e outro um radar de abertura sintética na parte inferior. Aprendeu todo o sistema da aeronave na língua inglesa e se gabaritou para ser aeronavegante. Cada aluno ao se formar, recebia o título de ARGUS, acompanhado de um número a partir do 01, foi consagrado com o número 40, portanto para sempre será o ARGUS 40, um formiguense eternizado nos anais da Força Aérea Brasileira.
Ficou em Goiás por cinco anos, sendo, a seguir, transferido para de volta para Pirassununga, onde serviu até o término do seu tempo, quando foi para a reserva.
Acreditava que não mais voltaria à atividade militar, mas pelo seu histórico e competência, inteligência e dedicação, foi convidado a retornar e assim ficou por mais dez anos, passando os dois últimos, realizando aquilo que mais amava, a manutenção de aviões, retornou ao velho Tucano como encarregado de hangar fazendo com que todos os aviões que estavam sob a sua responsabilidade voassem sem nenhuma grave ocorrência.
Casado com a pirassununguense Denise Carvalho, tem uma filha: Marcella Carvalho Oliveira, também militar da Força Aérea, lotada em Brasília, coincidentemente na mesma base aérea, onde seu pai prestou serviço. Marcella serve no Grupo de Transportes Especiais – GTE, onde, além de suas funções administrativas, exerce como comissária de bordo, o atendimento às autoridades brasileiras em viagens no Brasil e no exterior.
Jaime é um exemplo de sucesso que deve ter registrada a sua história para que o formiguense do futuro conheça a trajetória de um de seus filhos mais ilustres.