Moptop volta após 15 anos com show e o álbum ‘Ghosts’, mas ainda há lugar no mercado para o grupo de indie rock?
O grupo carioca Moptop lança o álbum em maio e programa o primeiro show do retorno para julho em São Paulo (SP) Divulgação ♫ ANÁLISE ♪ É curioso e sintomático que a volta do Moptop – grupo carioca de indie rock que esteve em evidência na segunda metade dos anos 2000 – tenha sido anunciada dias após a notícia de que a banda potiguar Far From Alaska entrará em recesso após a gravação de álbum audiovisual em show acústico. Formado na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 2003 e fora de cena desde 2010, o Moptop retorna após 15 anos com disco, show e a mesma formação original do quarteto, deixando no ar uma questão: ainda há lugar para o grupo de indie rock no mercado brasileiro de música pop? Gabriel Marques (voz e guitarra), Rodrigo Curi (guitarra), Daniel Campos (baixo) e Mario Mamede (bateria) apostam que sim e planejam o lançamento em maio de álbum com músicas inéditas, Ghosts, promovido pelo single Last time, em rotação desde ontem, 11 de abril. Na sequência, o Moptop volta aos palcos, já com show agendado para 12 de julho na casa Augusta Hi-Fi, na cidade de São Paulo (SP). Em mercado cada vez mais fragmentado, o indie rock ocupa espaços cada vez menores. Mas resta uma chance para o Moptop: tentar entrar no circuito de festivais, hoje bem mais forte do que na década em que o grupo virou uma das sensações (mais pela imprensa musical do que pelo público...) por conta do primeiro álbum, Moptop (2006), disco que ecoava o som da banda norte-americana Strokes e ao qual se seguiu um segundo álbum, Como se comportar (2008), de som menos sujo. Na época desses dois discos, o Moptop contava com o dinheiro e o marketing de uma gravadora multinacional, a Universal Music. Já o anunciado terceiro álbum, Ghosts, foi gravado de forma inteiramente independente. É um disco autoral com dez músicas, todas compostas em inglês, como nos primórdios do Moptop, cuja demo inicial Delux também foi gravada em inglês. Talvez a saída para o Moptop em 2025 seja mais o aeroporto do que o circuito nacional de festivais, cujas programações tendem a repetir os mesmos nomes, com pouco ou nenhum espaço para ousadias e apostas mais arriscadas. Como os guitarristas Gabriel Marques e Rodrigo Curi já vivem no exterior, a opção pelo álbum em inglês soa mais natural e, de certa forma, até providencial. De todo modo, o retorno do Moptop é surpresa que atesta que o pulso do indie rock ainda pulsa, em que pese a fraqueza desse gênero musical em um mercado voltado para a mistureba pop que mobiliza multidões.


O grupo carioca Moptop lança o álbum em maio e programa o primeiro show do retorno para julho em São Paulo (SP) Divulgação ♫ ANÁLISE ♪ É curioso e sintomático que a volta do Moptop – grupo carioca de indie rock que esteve em evidência na segunda metade dos anos 2000 – tenha sido anunciada dias após a notícia de que a banda potiguar Far From Alaska entrará em recesso após a gravação de álbum audiovisual em show acústico. Formado na cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 2003 e fora de cena desde 2010, o Moptop retorna após 15 anos com disco, show e a mesma formação original do quarteto, deixando no ar uma questão: ainda há lugar para o grupo de indie rock no mercado brasileiro de música pop? Gabriel Marques (voz e guitarra), Rodrigo Curi (guitarra), Daniel Campos (baixo) e Mario Mamede (bateria) apostam que sim e planejam o lançamento em maio de álbum com músicas inéditas, Ghosts, promovido pelo single Last time, em rotação desde ontem, 11 de abril. Na sequência, o Moptop volta aos palcos, já com show agendado para 12 de julho na casa Augusta Hi-Fi, na cidade de São Paulo (SP). Em mercado cada vez mais fragmentado, o indie rock ocupa espaços cada vez menores. Mas resta uma chance para o Moptop: tentar entrar no circuito de festivais, hoje bem mais forte do que na década em que o grupo virou uma das sensações (mais pela imprensa musical do que pelo público...) por conta do primeiro álbum, Moptop (2006), disco que ecoava o som da banda norte-americana Strokes e ao qual se seguiu um segundo álbum, Como se comportar (2008), de som menos sujo. Na época desses dois discos, o Moptop contava com o dinheiro e o marketing de uma gravadora multinacional, a Universal Music. Já o anunciado terceiro álbum, Ghosts, foi gravado de forma inteiramente independente. É um disco autoral com dez músicas, todas compostas em inglês, como nos primórdios do Moptop, cuja demo inicial Delux também foi gravada em inglês. Talvez a saída para o Moptop em 2025 seja mais o aeroporto do que o circuito nacional de festivais, cujas programações tendem a repetir os mesmos nomes, com pouco ou nenhum espaço para ousadias e apostas mais arriscadas. Como os guitarristas Gabriel Marques e Rodrigo Curi já vivem no exterior, a opção pelo álbum em inglês soa mais natural e, de certa forma, até providencial. De todo modo, o retorno do Moptop é surpresa que atesta que o pulso do indie rock ainda pulsa, em que pese a fraqueza desse gênero musical em um mercado voltado para a mistureba pop que mobiliza multidões.