Nara Couto atravessa portal do álbum ‘Ori’ de cabeça feita com Luedji Luna, Mateus Aleluia e a ‘Refavela’ de Gil

Com Vovó Cici e composição de Moa do Katendê, o disco tem arranjos e direção musical de Letieres Leite, maestro baiano morto há três anos. ♪ Em rotação desde sexta-feira, 9 de agosto, o segundo álbum de Nara Couto, Ori, segue na linha do antecessor, Retinta (2022), lançado há dois anos com repertório autoral. Só que, na realidade, Ori foi gestado antes de Retinta sob direção musical de Letieres Leite (8 de dezembro de 1959 – 27 de outubro de 2021) – o que explica o fato de o álbum Ori ostentar arranjos deste maestro, arranjador, percussionista, e saxofonista baiano que saiu de cena há três anos. A morte de Letieres fez Nara decidir esperar para mostrar Ori ao mundo. Nascida há 42 anos em Salvador (BA) e residente na cidade de São Paulo (SP), Nara Couto iniciou a trajetória como bailarina do Balé Folclórico da Bahia. Após ter sido vocalista e/ou dançarina de estrelas conterrâneas como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes e Mateus Aleluia, Nara assumiu o protagonismo musical com o álbum Retinta. Nesse sentido cronológico, Ori dá continuidade à linhagem nobre de Retinta, mostrando Nara Couto de cabeça feita, em conexão com a África materna. Ori, a propósito, quer dizer cabeça na língua iorubá. “Ori é um portal de muitos mundos e músicas. Liga o caminho dos nossos antepassados à construção do futuro que somente é possível na vida do presente. As canções escolhidas são encantamentos musicais para celebração do bem viver”, conceitua a artista. Para celebrar a ancestralidade afro-brasileira, Nara Couto convidou os veteranos Mateus Aleluia e Vovó Cici a atravessar o portal de Ori. Aleluia assina Filho de rei e participa da gravação da música, escolhida como primeiro single do álbum. Ialorixá do terreiro Ilê Axé Opô Aganju, em Salvador (BA), Vovó Cici – como é chamada a já octogenária Nancy de Souza e Silva – figura em Meu caminhar ao lado de Luedji Luna. A conexão com a África é reforçada em Ori no arremate do álbum com Tchep Tcherep Tchep, música de autoria de Maio Coopé, compositor de Guiné Bissau. Já Badauê é música da lavra do compositor, percussionista e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa (29 de outubro de 1954 – 8 de outubro de 2018), o Mestre Moa do Katendê, assassinado há cinco anos em discussão sobre política. Aberto em feitio de oração com a récita de Acredite no seu axé, texto da escritora baiana Carla Akotirene, o álbum Ori traz no repertório músicas como Amor da minha vida, Deu foi dó e Fósforo, além da regravação de Refavela, música de Gilberto Gil que batizou álbum visionário sobre a cultura negra lançado pelo artista baiano em 1977. Nara Couto atravessa o portal do álbum Ori com a bagagem repleta de referências recolhidas na caminhada que vislumbra o futuro sem perder de vista o olhar do passado. Capa do álbum ‘Ori’, de Nara Couto Divulgação

Nara Couto atravessa portal do álbum ‘Ori’ de cabeça feita com Luedji Luna, Mateus Aleluia e a ‘Refavela’ de Gil

Com Vovó Cici e composição de Moa do Katendê, o disco tem arranjos e direção musical de Letieres Leite, maestro baiano morto há três anos. ♪ Em rotação desde sexta-feira, 9 de agosto, o segundo álbum de Nara Couto, Ori, segue na linha do antecessor, Retinta (2022), lançado há dois anos com repertório autoral. Só que, na realidade, Ori foi gestado antes de Retinta sob direção musical de Letieres Leite (8 de dezembro de 1959 – 27 de outubro de 2021) – o que explica o fato de o álbum Ori ostentar arranjos deste maestro, arranjador, percussionista, e saxofonista baiano que saiu de cena há três anos. A morte de Letieres fez Nara decidir esperar para mostrar Ori ao mundo. Nascida há 42 anos em Salvador (BA) e residente na cidade de São Paulo (SP), Nara Couto iniciou a trajetória como bailarina do Balé Folclórico da Bahia. Após ter sido vocalista e/ou dançarina de estrelas conterrâneas como Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Margareth Menezes e Mateus Aleluia, Nara assumiu o protagonismo musical com o álbum Retinta. Nesse sentido cronológico, Ori dá continuidade à linhagem nobre de Retinta, mostrando Nara Couto de cabeça feita, em conexão com a África materna. Ori, a propósito, quer dizer cabeça na língua iorubá. “Ori é um portal de muitos mundos e músicas. Liga o caminho dos nossos antepassados à construção do futuro que somente é possível na vida do presente. As canções escolhidas são encantamentos musicais para celebração do bem viver”, conceitua a artista. Para celebrar a ancestralidade afro-brasileira, Nara Couto convidou os veteranos Mateus Aleluia e Vovó Cici a atravessar o portal de Ori. Aleluia assina Filho de rei e participa da gravação da música, escolhida como primeiro single do álbum. Ialorixá do terreiro Ilê Axé Opô Aganju, em Salvador (BA), Vovó Cici – como é chamada a já octogenária Nancy de Souza e Silva – figura em Meu caminhar ao lado de Luedji Luna. A conexão com a África é reforçada em Ori no arremate do álbum com Tchep Tcherep Tchep, música de autoria de Maio Coopé, compositor de Guiné Bissau. Já Badauê é música da lavra do compositor, percussionista e mestre de capoeira Romualdo Rosário da Costa (29 de outubro de 1954 – 8 de outubro de 2018), o Mestre Moa do Katendê, assassinado há cinco anos em discussão sobre política. Aberto em feitio de oração com a récita de Acredite no seu axé, texto da escritora baiana Carla Akotirene, o álbum Ori traz no repertório músicas como Amor da minha vida, Deu foi dó e Fósforo, além da regravação de Refavela, música de Gilberto Gil que batizou álbum visionário sobre a cultura negra lançado pelo artista baiano em 1977. Nara Couto atravessa o portal do álbum Ori com a bagagem repleta de referências recolhidas na caminhada que vislumbra o futuro sem perder de vista o olhar do passado. Capa do álbum ‘Ori’, de Nara Couto Divulgação