Ortinho aponta ‘Nordeste psicodélico’ com ‘Repensista’, single triplo calcado mais em climas do que nas músicas
Capa do single ‘Repensista’, de Ortinho Arte de Noelle Marão Resenha de single Título: Repensista Artista: Ortinho Edição: Edição independente de Ortinho Cotação: ★ ★ ★ ♪ A psicodelia que banhou o nordeste do Brasil ao longo dos anos 1970 – em discos e shows de Alceu Valença, Ave Sangria e Zé Ramalho, entre outros expoentes da música da região – ainda vem em ondas como o mar após cinco décadas. Poeta e compositor vindo da cena de Caruaru (PE) e revelado na efervescente década de 1990 como vocalista da banda Querosene Jacaré, o pernambucano Wharton Gonçalves Coelho Filho – Ortinho na certidão de nascimento artístico – sempre mergulhou nessas águas turvas. Repensista – single com três músicas inéditas que aportou ontem, 10 de maio, nos players digitais – é a primeira parte de obra intitulada justamente Nordeste psicodélico. Os arranjos do guitarrista Rovilson Pascoal – produtor musical do disco ao lado do próprio Ortinho – valorizam as três músicas autorais, a rigor medianas. Em Repensista, os músicos Rovilson Pascoal (guitarras e violas), Ricardo Prado (baixo e sanfona) e Guilherme Kastrup (bateria e MPC) armam a cama para Ortinho rebobinar, com a eletricidade dos miscigenados dias de hoje, referências de gêneros musicais nordestinos como aboio, maracatu e incelença, criando climas para as músicas escritas com influências da poesia popular da literatura de cordel. O conceito do single Repensista está bem traduzido na capa que expõe arte criada por Noelle Marão com mix de elementos da linguagem psicodélica com reproduções de obras de artistas pernambucanos como Mestre Galdino e Derlon. Mixado por Yuri Kalil em Nova York (EUA), o disco Repensista abre com Grito de uma arara, parceria de Ortinho com Marco Polo, compositor e vocalista da banda recifense Ave Sangria. Grito de uma arara reverbera climas da obra inicial de Zé Ramalho. Na sequência, De repente Cássia Eller (Ortinho e Rovilson Pascoal) – faixa envolta em aridez pelo magnífico arranjo que embute certa pegada roqueira – flagra Ortinho como um cantador do século XXI. Já Senhora do amor (Ortinho) ecoa a prosódia das incelenças na introdução até ser envolvida por guitarras de tom roqueiro que sublinham a psicodelia de Repensista, em amostra do som do disco. O nordeste de Ortinho está enraizado no frutífero solo plantado nos anos 1970.
Capa do single ‘Repensista’, de Ortinho Arte de Noelle Marão Resenha de single Título: Repensista Artista: Ortinho Edição: Edição independente de Ortinho Cotação: ★ ★ ★ ♪ A psicodelia que banhou o nordeste do Brasil ao longo dos anos 1970 – em discos e shows de Alceu Valença, Ave Sangria e Zé Ramalho, entre outros expoentes da música da região – ainda vem em ondas como o mar após cinco décadas. Poeta e compositor vindo da cena de Caruaru (PE) e revelado na efervescente década de 1990 como vocalista da banda Querosene Jacaré, o pernambucano Wharton Gonçalves Coelho Filho – Ortinho na certidão de nascimento artístico – sempre mergulhou nessas águas turvas. Repensista – single com três músicas inéditas que aportou ontem, 10 de maio, nos players digitais – é a primeira parte de obra intitulada justamente Nordeste psicodélico. Os arranjos do guitarrista Rovilson Pascoal – produtor musical do disco ao lado do próprio Ortinho – valorizam as três músicas autorais, a rigor medianas. Em Repensista, os músicos Rovilson Pascoal (guitarras e violas), Ricardo Prado (baixo e sanfona) e Guilherme Kastrup (bateria e MPC) armam a cama para Ortinho rebobinar, com a eletricidade dos miscigenados dias de hoje, referências de gêneros musicais nordestinos como aboio, maracatu e incelença, criando climas para as músicas escritas com influências da poesia popular da literatura de cordel. O conceito do single Repensista está bem traduzido na capa que expõe arte criada por Noelle Marão com mix de elementos da linguagem psicodélica com reproduções de obras de artistas pernambucanos como Mestre Galdino e Derlon. Mixado por Yuri Kalil em Nova York (EUA), o disco Repensista abre com Grito de uma arara, parceria de Ortinho com Marco Polo, compositor e vocalista da banda recifense Ave Sangria. Grito de uma arara reverbera climas da obra inicial de Zé Ramalho. Na sequência, De repente Cássia Eller (Ortinho e Rovilson Pascoal) – faixa envolta em aridez pelo magnífico arranjo que embute certa pegada roqueira – flagra Ortinho como um cantador do século XXI. Já Senhora do amor (Ortinho) ecoa a prosódia das incelenças na introdução até ser envolvida por guitarras de tom roqueiro que sublinham a psicodelia de Repensista, em amostra do som do disco. O nordeste de Ortinho está enraizado no frutífero solo plantado nos anos 1970.