Por que o sucesso incomoda?
Por Jacqueline Amore Machado Coelho (De Formiga/MG)
Uma pessoa só sente inveja daqueles que admiram.
Entre os sete pecados capitais, na união com a vaidade, ira, preguiça, avareza e gula, todos que representam os instintos mais primitivos humanos, talvez o mais pernicioso seja a inveja.
Ao surgir, a inveja deixa sinais no corpo, que não escapam à percepção de um observador atento. Normalmente o sujeito que apresenta este comportamento se mostra ardiloso, explosivo, assumindo uma progressão assustadora.
Se existe inveja é porque há algo que alguém possui, e eu não, nesse momento passo a desejar.
No campo dos instintos, impulsos vivenciados, se deparam com a função psíquica que deveria proceder à autorregulação, mas os afetos têm sua lógica própria de expressão tomando o sujeito de assalto momentaneamente, levando-o a comportamentos automáticos de que não conseguem se dar conta.
A inveja é um sentimento que envolve raiva e sensação de incapacidade, ocorre normalmente naqueles que apresentam uma auto-estima rebaixada. A raiva acontece pois o invejoso gira em torno da sua fantasia de impossibilidade de realizar algo que uma outra pessoa consegue fazer.
Existe um desejo que pode ser consciente ou mesmo inconsciente de destruir os outros, pois não admite o contraste de alguém ter algo que ele mesmo não possui.
Desta forma, a raiva do invejoso é na verdade, raiva de si mesmo, por não ter conseguido aquilo que foi desejado por ele, mas não se sentia no direito de possuir.
Tal pessoa constroe crenças ao longo de sua história, onde as coisas boas não seriam possíveis a ela, são construções psíquicas doentias e se apresentam no rol de comportamentos do invejoso.
Tais conceitos internos a cerca de si mesmo podem e devem ser diluídos, a terapia ajudaria a identificação destas crenças aprendidas, fazendo com que a pessoa reaprenda uma nova forma de enxergar a si mesma, melhorando sua auto-estima e retirando a conexão negativa na forma de se ver, aprimorando sua dinâmica interna.